Mais de 400.000 Idosos dependentes nos Domicílios em Portugal?

Trabalhos de investigação em curso onde se avalia a dependência e as famílias com dependentes no seu domicílio, apresentam dados cuja extrapolação para o âmbito nacional surpreende-nos pela dimensão de alguns números. Actualmente, poderão existir em Portugal, 400.000 pessoas idosas dependentes que se encontram nos seus domicílios, grande parte delas sem qualquer apoio institucional nem tampouco referenciação por qualquer rede de apoio.

Desses 400.000 idosos poderemos ter 240.000 com dependência profunda e em situação de acamados, sem fazerem sequer levante. Este número deve fazer soar todas as campanhas da emergência social e é de facto a face escondida do iceberg das carências das pessoas idosas mais fragilizadas.

Estes dados foram lançados por dois professores portugueses que exercem a sua actividade na área do ensino de enfermagem na escola Superior de Enfermagem do Porto e na Universidade do Minho. Trata-se dos Professores Fernando Petronilho e Paulo Parente, este também Presidente da Escola Superior de Enfermagem do Porto.

Talvez seja conveniente começarmos a questionar os cuidados que temos no domicílio, as ofertas que fazemos, o controlo que temos das situações mais graves e os custos que este modelo de intervenção tem.

Não se pretende colocar em causa a vantagem das pessoas permanecerem nos seus domicílios, no seio das suas famílias e receberem o contributo desses familiares como primeira linha de cuidados e resposta a necessidades. Pretende-se sim, colocar em causa, escalpelizando o modelo que necessitamos para prevenir a disfuncionalidade e aumentar a qualidade de vida a pessoas que pretendem e podem ficar nos seus domicílios.

Extraído parcialmente de "Assoc. Amigos da Grande"

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