Suplementos multivitamínicos podem retardar o envelhecimento cerebral



fonte: JN

Um suplemento diário multivitamínico e mineral pode ajudar a reduzir o declínio cognitivo dos idosos, de acordo com um estudo americano, que é o primeiro a demonstrar que é possível retardar o envelhecimento da função cerebral.

O estudo, que envolveu mais de 2200 pessoas com mais de 65 anos, sugere que os suplementos diários podem retardar a função cognitiva do cérebro em cerca de 60%, o que equivale a quase dois anos, com os efeitos mais substanciais observados em idosos com um historial de doenças cardiovasculares.

Apesar de os especialistas em doença de Alzheimer e demência se mostrarem otimistas com os resultados, deixam a ressalva que é necessário estudos maiores e mais completos para confirmar o efeito dos suplementos, antes de recomendarem as multivitaminas como medida preventiva para combater o declínio cognitivo.


"Temos as primeiras provas, num ensaio controlado a longo prazo de mulheres e homens mais velhos, de que a utilização diária de um multivitamínico seguro, facilmente acessível e de baixo custo pode melhorar a capacidade cognitiva do cérebro", escreveram os investigadores que participaram no estudo no "Journal of the Alzheimer's Association". "Esta descoberta pode ter importantes implicações para a saúde pública", admitem os cientistas, citados pelo jornal britânico "The Guardian".

Com o envelhecimento das populações um pouco por todo o mundo, a demência tornou-se num dos principais desafios para a humanidade, mas não existem ainda medicamentos que possam curar a doença. No Reino Unido, cerca de 850 mil pessoas vivem com demência, sendo as mais significativas a doença de Alzheimer ou "demência vascular". Pessoas com mais de 65 anos e as que sofrem de diabetes, tensão arterial elevada, colesterol elevado e depressão, são as que correm maior risco.


Laura Baker, co-principal investigadora do estudo, disse ser demasiado cedo para recomendar diariamente multivitaminas para prevenir o declínio cognitivo. "Embora estas descobertas preliminares sejam promissoras, é necessária investigação adicional num grupo maior e mais diversificado de pessoas. Além disso, ainda temos trabalho a fazer para compreender melhor porque é que as multivitaminas podem beneficiar a cognição em adultos mais velhos", disse ainda ao "The Guardian".

Tara Spires-Jones, líder do Instituto de Investigação sobre Demências da Universidade de Edimburgo, no Reino Unido, reconheceu que o estudo foi bem conduzido, mas apontou que a maioria das pessoas envolvidas eram brancas e altamente instruídas. "Será importante confirmar que os resultados se mantêm na população em geral", disse. "Além de que não está claro neste estudo se o uso de multivitaminas pode prevenir doenças que afetam a cognição, como o Alzheimer".

"Este é o primeiro estudo positivo em larga escala e a longo prazo que mostra que a suplementação multivitamínica mineral para adultos mais velhos pode retardar o envelhecimento cognitivo. No entanto, não estamos prontos para recomendar a utilização generalizada de um suplemento multivitamínico para reduzir o risco de declínio cognitivo em idosos", admitiu a cientista Maria Carrillo, da Associação Alzheimer
"São necessários estudos independentes em populações de estudo maiores e mais diversificadas", acrescentou. "É fundamental que os futuros tratamentos e prevenções sejam eficazes em todas as populações", rematou.

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