O Enfermeiro de Família nos Açores


O enfermeiro de família é um profissional que vai ajudar a construir melhores respostas de saúde na comunidade. É uma pessoa que se quer presente e próxima das famílias que segue.

São cerca de 400 mil os portugueses sem médico de família. Apesar de elevado, o número baixou nos últimos quatro anos, com a introdução das Unidades de Saúde Familiar no Continente e com o Enfermeiro de família, nos Açores.

Começando por explicar o que é, no final de contas, o Enfermeiro de família, Miguel Correia diz que "o que se pretende é que seja um enfermeiro responsável por uma família, prestando a todos os familiares os cuidados de enfermagem que vierem a necessitar. O enfermeiro de família será por isso bastante próximo das pessoas, sinalizando-as para cuidados médicos, cuidados domiciliários, cuidados de reabilitação ou ainda para apoios sociais. Neste sentido, será um projecto, pioneiro a nível nacional".

O projecto do enfermeiro de família foi desenvolvido em cooperação com a Ordem dos Enfermeiros e vai permitir a presença regular de um profissional de saúde junto das famílias açorianas. Neste momento, decorre desde o dia um de Outubro de 2010, a experiência no Centro de Saúde de Vila Franca do Campo, de modo a consolidar as suas competências e a sua operacionalidade.

O enfermeiro de família, segundo as palavras do secretário regional, poderá vir a ser a primeira pessoa a quem se contacta quando se tem um problema de saúde. "Se concluirmos que o enfermeiro de família se tornou indispensável às pessoas de Vila Franca, tal como se espera, então todos os açorianos deverão ter o seu Enfermeiro de Família. É essa a nossa vontade, mas obviamente impõe-se uma análise custo/benefício", explica.

Miguel Correia define a função do enfermeiro de família como "acompanhar o crescimento, as mudanças e as dinâmicas que surgem ao nível da saúde nas famílias, acompanhando todos os seus membros: as crianças, os jovens, os adultos ou os avós. Todos têm necessidades específicas e o enfermeiro de família deverá ser sensível a todas elas", referindo ainda que o enfermeiro de família poderá deslocar-se a casa ou dar consultas nos Centros de Saúde. "As visitações domiciliárias feitas pelos enfermeiros de família farão parte do plano de actividades de cada enfermeiro e constituirão momentos privilegiados para avaliação da saúde familiar, dos recursos intra-familiares ou das respostas adaptativas aos problemas, promovendo sempre a autonomia das pessoas e a permanência no seu domicílio.

Quando necessário, em situações, que se prendem, sobretudo com recursos materiais imprescindíveis a algumas consultas, como por exemplo auscultação materno/fetal, essas consultas serão feitas nos centros de saúde".

Em conclusão, Miguel Correia, explicou ainda que "a organização Mundial de Saúde preconiza que cada enfermeiro deverá ter à sua responsabilidade 300 famílias. A Ordem dos Enfermeiros, por sua vez, refere que o número de famílias por enfermeiro não deve exceder as 400". Contudo, "na experiência que decorre em Vila Franca, o rácio está em cerca de 350 famílias por enfermeiro, que se considerou o número adequado, tendo em conta as características da nossa população".

A identificação de comportamentos de risco no seio familiar, o auxílio na escolha de opções saudáveis e o apoio para enfrentar doenças crónicas ou deficiências são algumas das actividades a desenvolver por estes profissionais.

Enviar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem