Apoio domiciliário ajuda idosos a evitar isolamento social

fonte: Região de Cister

Nos concelhos de Alcobaça e Nazaré são mais de três dezenas as instituições que prestam aquele serviço, instituído há pouco mais de uma década e que resulta de um acordo entre a Segurança Social e Instituições Particulares de Solidariedade Social ou empresas privadas.

António Piedade não precisa de ajuda para enumerar as pessoas que, diariamente, o auxiliam nas tarefas mais básicas, como preparar refeições ou tratar da limpeza da casa. “A Matilde, a Florinda, a Palmira, a Conceição, a Rosa, a Isabel e a Dulce” são funcionárias do serviço de apoio domiciliário da Misericórdia de Alfeizerão e deslocam-se ao Valado de Santa Quitéria para cuidar deste antigo agricultor, de 85 anos, que ficou só depois do falecimento da esposa. Os filhos estão emigrados nos Estados Unidos e no Canadá, mas ele ficou. E a família passou a ser quem lhe entra porta adentro, todos os dias, para dar uma mãozinha. Uns verdadeiros anjos da guarda.

“São pessoas de família. Devo-lhes muito. Sem eles, não sei como seria o meu dia-a-dia”, reconhece um das muitas centenas de idosos da região que recorrem ao apoio domiciliário para fazer face às dificuldades de quem se encaminha para os últimos anos de vida, vai perdendo faculdades, mas prefere ficar no seu meio ambiente, enfrentando o isolamento social.

A Misericórdia de Aljubarrota foi uma das primeiras a aderir ao apoio domiciliário. Possui uma equipa de 16 funcionários e presta auxílio a 85 utentes, embora o acordo com a Segurança Social apenas seja respeitante a 70 pessoas. “Começamos a trabalhar às 8 da manhã, com tarefas de higiene e vamos, pelo menos, três vezes por dia a casa do idoso, conforme a sua dependência”, relata o provedor José Carvalho, que admite que o valor de 250 euros cobrado aos utentes é “muito baixo” e não cobre os custos. “O nosso problema é o gasto em viaturas e gasóleo.

Temos sete viaturas na rua e fazemos uma área muito grande”, que vai a localidades como Moleanos, Aljubarrota, Boavista, Ganilhos, Chaqueda, Carrascal, “entre outras”, esclarece o dirigente de uma instituição que dispõe do Centro de Dia, onde os utentes podem conviver com amigos e conhecidos.

Em Alfeizerão, a Misericórdia local tem um acordo de cooperação para 42 utentes, mas presta serviço a mais 4 com uma equipa de quase uma dezena de colaboradores. Helena Neto, directora-técnica da instituição, explica que o recrutamento de pessoal para o serviço de apoio domiciliário requer “muita sensibilidade em termos pessoais”. “Faço sempre questão de alertar para o facto de que temos de estar preparados para tudo, porque os idosos podem, por vezes, ter atitudes que podemos considerar estranhas, mas são pessoas que já viveram muito e participaram na sociedade e têm de ser respeitadas”.

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