Água potável é um direito humano básico


Três quartos da superfície da Terra são recobertos por água. Trata-se de quase 1,5 bilião de km3 de água em todo o planeta, contando os oceanos, rios, lagos, lençóis subterrâneos e glaciares. Parece inacreditável afirmar que o mundo está prestes a enfrentar uma crise de abastecimento de água. Mas é exactamente isso o que está para acontecer, pois apenas uma pequeníssima parte de toda a água do planeta Terra serve para abastecer a população.

Vinte e nove países já têm problemas com a falta de água e o quadro tende a piorar. Uma projecção feita pelos cientistas indica que no ano de 2025, dois de três habitantes do planeta serão afectados de alguma forma pela escassez - vão passar sede ou estarão sujeitos a doenças como a cólera, provocadas pela má qualidade da água.

A Organização das Nações Unidas instituiu, em 1992, o Dia Mundial da Água - 22 de Março. O objectivo da data é reflectir, discutir e buscar soluções para a poluição, desperdício e escassez de água no mundo todo. Mas há muitos outros desafios: saber usá-la de forma racional, conhecer os cuidados que devem ser tomados para garantir o consumo de uma água com qualidade e buscar condições para filtrá-la adequadamente, de modo a tirar dela o máximo proveito possível.

A água é considerada potável quando pode ser consumida pelos seres humanos. Infelizmente, a maior parte da água dos continentes está contaminada e não pode ser ingerida directamente. Limpar e tratar a água é um processo bastante caro e complexo, destinado a eliminar da água os agentes de contaminação que possam causar algum risco para a saúde, tornando-a potável

Um dos principais problemas que surgiram neste século é a crescente contaminação da água, ou seja, este recurso tem vindo a ser poluído de tal forma que já não se pode consumi-lo no seu estado natural. As pessoas utilizam a água não apenas para beber, mas também para se desfazerem de todo tipo de material e lixo em geral. As águas contaminadas com numerosas substâncias recebem o nome de águas residuais. Se as águas residuais forem para os rios e mares, as substâncias que elas transportam ir-se-ão acumular e aumentar a contaminação geral das águas. Isto facto torna-se um problema de saúde pública, dado acarretar consigo graves riscos para a sobrevivência dos organismos vivos do planeta.

Existem vários elementos contaminadores da água. Alguns dos mais importantes e graves são:

  • Os contaminadores orgânicos: são biodegradáveis e provêm da agricultura (adubos, restos de seres vivos) e das actividades domésticas (papel, excrementos, sabões).
  • Os contaminadores biológicos: são todos aqueles microrganismos capazes de provocar doenças, tais como a hepatite, a cólera e as gastroenterites. A água é contaminada pelos excrementos dos doentes e o contágio ocorre quando essa água é bebida.
  • Os contaminadores químicos: os mais perigosos são os resíduos tóxicos, como os pesticidas do tipo DDT (chamados organoclorados), porque eles tendem a acumular-se no corpo dos seres vivos. São também perigosos os metais pesados (chumbo, mercúrio) utilizados em certos processos industriais, por se acumularem nos organismos.

Desta feita, e face aos diversos factores que podem comprometer a qualidade da água subterrânea, sobretudo, e na periferia das cidades, onde é comum as famílias que trabalham e vivem do campo, ou aquelas que não são servidas pelos serviços de saneamento, usarem poços para suprir suas necessidades de abastecimento de água, e por isso não contam com uma rede de distribuição de água tratada e nem mesmo com uma rede colectora de esgotos, é importantíssimo, para não dizer, quase vital, avaliar periodicamente a qualidade físico-química e bacteriológica da água do manancial subterrâneo, utilizada para consumo humano, captada através de poços ou de fontes públicas.

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