Dia Mundial do Acidente Vascular Cerebral - AVC

Dia 29 de Outubro celebra-se o dia Mundial do AVC.

Como se manifesta um AVC? 
Cada AVC é diferente e cada pessoa também. Por isso, o modo como cada doente é afectado pela doença varia muito. Varia com a zona do cérebro que é afectada, com o tipo de AVC (se uma homorragia ou um enfarte), com a causa do AVC, com os factores de risco presentes em cada doente, com o seu estado de saúde antes do AVC e também com o apoio que cada doente terá na sua reabilitação. Porque não há dois doentes iguais, nem tudo o que se encontra escrito nesta informação se aplica ao seu caso.

Dependendo muito do local do cérebro que foi afectado, os AVC manifestam-se não só por falta de força de um lado do corpo, mas também por dificuldade em falar, dificuldade em perceber o que se diz, sensação de encortiçamento ou formigueiro de um lado do corpo, podendo ser de metade da cara, do braço e mão ou da perna e pé ou de todas as partes. Podem ainda surgir dificuldades em ler ou escrever, em engolir, em ver ou em lembrar-se que um lado do corpo existe.

Para quem escreve ou come com a mão direita (dextro), um AVC que atinge o seu cérebro (hemisfério) esquerdo, para além de afectar a força e /ou a sensibilidade do lado direito, poderá afectar a linguagem. Nas alterações da força ou sensibilidade do lado esquerdo, o mais frequente é que esteja afectado o lado direito do cérebro. Nestes casos o doente pode não prestar atenção ao lado esquerdo ou até esquecer que tem o lado esquerdo do corpo.


Quais são factores de risco? 
A causa dos AVC nem sempre se consegue descobrir, mas, há situações médicas (doenças) em que se sabe que os AVC são mais frequentes. É o caso dos doentes com hipertensão arterial, aumento do colesterol, diabetes, nos fumadores, nos obesos, nas pessoas que fazem pouco exercício e não andam a pé, ou nos doentes cardíacos. Também a idade e o sexo (feminino ou masculino) são factores de risco, mas estes não se podem alterar. É nos factores de risco modificáveis, como é o caso da hipertensão, que muitas das campanhas de prevenção dos AVC se concentram.

Quanto é possível recuperar e quando se pode começar a reabilitação? 
Logo que se estabilize a situação clínica na chamada fase aguda do AVC inicia-se a reabilitação, que consiste em diferentes técnicas que ajudam a recuperar o mais possível a função anterior (como a pessoa era antes). As técnicas usadas dependem do que deixou de funcionar ou passou a funcionar menos bem no cérebro depois do AVC ou seja a reabilitação motora para as paralisias, a terapia da fala para as alterações da linguagem. Algumas queixas desaparecem ou melhoram muito com o tempo e a reabilitação.

A quem devo recorrer se após a alta do hospital não conseguir resolver os novos problemas que a doença me trouxe? 
Ao seu médico de família, ao médico hospitalar, ao médico pessoal, à enfermeira, ao assistente social, ao médico de medicina física e reabilitação e terapeutas de reabilitação. Cada um destes elementos da equipa de tratamento e reabilitação de doentes com AVC tem funções diferentes mas poderão orientá-lo para o colega mais adequado para resolver as suas dificuldades.

E quais são as minhas obrigações após o AVC? 
A mais importante é colaborar na reabilitação e seguir as indicações de toda a equipa, tomando a medicação conforme prescrito. A sua vida pode ter de sofrer alterações significativas como deixar de trabalhar, deixar de ser independente, alterar hábitos alimentares e sociais (deixar de beber, de fumar…). 

Autoria: Grupo de Estudos das Doenças Cerebrovasculares da Sociedade Portuguesa de Neurologia

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