Número de idosos em situação de risco é preocupante

Pedro Mota Soares, ministro da Segurança Socia
lFotografia © Gustavo Bom/Global Imagens 
fonte: Diário de Notícias

O ministro da Solidariedade e Segurança Social considerou hoje "preocupante" o número de idosos em situação de risco, afirmando que é necessário agir de forma "muito determinada" para sinalizar estes casos e garantir a protecção destas pessoas. 

A Segurança Social estima que sejam já 25 mil os idosos em risco e sem apoio, num universo de quase 400 mil pessoas com mais de 65 anos que vivem sozinhas em Portugal, refere o Diário de Notícias.

"São números preocupantes", disse à agência Lusa Pedro Mota Soares, à margem do seminário "Sociedade Civil e Envelhecimento - Desafios do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre Gerações", que decorreu em Lisboa.

O ministro adiantou que, com o Censos 2011, já se conhece a dimensão do envelhecimento: "Cerca de 20 por cento da sociedade portuguesa tem 65 anos ou mais".

"Sabemos das situações de risco e, por isso mesmo, queremos agir de uma forma muito determinada e este Ano Europeu do Envelhecimento Activo também terá de acautelar todo o fenómeno que hoje existe dos idosos que estão colocados em situações de risco", afirmou.

Nesse sentido, adiantou, tem sido feito um trabalho mais directo com as instituições sociais, com os serviços da Segurança Social para se conseguir fazer a sinalização desses casos e "garantir protecção às pessoas dentro das instituições".´

Mota Soares salientou ainda o papel das instituições sociais numa altura em que o país atravessa "um conjunto de dificuldades", defendendo que estas devem contratualizar com o Governo a resposta social.

É necessário "trabalhar muito no sentido de garantir que existam respostas diferentes, que não seja só a institucionalização dos idosos em lares".

Uma das apostas passa pelo apoio domiciliário, com a criação de "uma nova geração de políticas" nesta área: "Estamos a discutir essa matéria com os representantes das instituições sociais. Queremos alargar o leque de serviços que são prestados hoje pelo apoio domiciliário", realçou.

"Enquanto nós conseguirmos manter as pessoas em suas casas, penso que estaremos a fazer um trabalho muito importante em prol do envelhecimento ativo", acrescentou.

A aposta no apoio domiciliário é também defendida pelo presidente da Federação das Instituições de Terceira Idade para garantir uma maior resposta às necessidades dos idosos.

José Costa Fernandes adiantou à Lusa que "há instituições que esgotaram a capacidade de resposta a todos os níveis", nomeadamente ao nível dos cuidados de apoio social e os lares são reflexo disso.

"Os lares são estruturas que nós entendemos muito pesadas. Têm uma dimensão de recursos humanos envolvidos e de necessidades logísticas muito fortes que envolvem a necessidade de recursos financeiros enormes", justificou.

Nesse sentido, as instituições da terceira idade pretendem, "não desinvestir nos lares, que são absolutamente necessários, mas dar uma nova expressão às questões relacionadas com o apoio domiciliário, não só com vista ao retardamento da institucionalização, mas também à sociabilização das pessoas".

"As pessoas estão no seu meio ambiente, com os seus familiares e amigos e os cuidados são prestado nas suas casas e isto consegue-se com menos recursos financeiros e com recurso a muito mais voluntariado", defendeu.

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