Estudantes de medicina tratam da saúde ao domicílio

A iniciativa Saúde Porta a Porta leva alunos da Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa às casas de 48 idosos que beneficiam de consultas ao domicílio.

Por: VÂNIA MAIA
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Não basta a teoria que aprendem na universidade para os estudantes de medicina se tornarem bons médicos. O lado humano dos profissionais de saúde é essencial para garantir a confiança dos pacientes. É, precisamente, para que os futuros médicos testem as suas capacidades em contexto social que a Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa promove o projeto Saúde Porta a Porta.

Todas as semanas, 74 alunos desta faculdade visitam os 48 idosos que beneficiam do programa. Maiores de 65 anos, dificuldades de mobilidade e poucos recursos são alguns dos traços comuns a todos os pacientes.

Muitos residem em edifícios antigos, sem elevador, que contribuem para o seu isolamento em casa. Por isso, mesmo que a consulta médica termine passados dez minutos, os estudantes voluntários têm sempre tempo para dois dedos de conversa ou, até, para inspecionar o frigorífico dos pacientes, garantindo que há alimentos suficientes para acompanharem a medicação.

Entre as análises à glicémia e à tensão também surgem pedidos de ajuda para consertar o televisor ou mudar uma lâmpada.

A iniciativa, que se realiza pelo segundo ano consecutivo, resulta de uma parceria entre a Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências Médicas, as juntas de freguesia da Estrela e de Campo de Ourique, a Câmara Municipal de Lisboa e o Hospital Cuf Infante Santo, que garante consultas e exames gratuitos aos beneficiários do projeto.

Recentemente, o projeto foi um dos beneficiários do prémio BPI Seniores e recebeu 15 600 euros, dinheiro que permitiu aumentar o número de idosos beneficiários - selecionados pelas assistentes sociais das freguesias parceiras.

Também há mais voluntários no terreno porque o prémio financiou a compra de mais 'kits de saúde' com medidores de tensão, de açúcar e de colesterol, luvas, algodão, desinfetante ou termómetros, por exemplo.

A coordenadora do projeto é uma do 5.º ano do curso de medicina, Beatriz Porteiro.

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