Com a chegada do inverno, as inflamações da garganta são mais frequentes. A maioria é de origem viral e os antibióticos raramente são necessários. Os sintomas passam geralmente ao fim de 3 a 7 dias sem tratamento, mas é possível atenuá-los com algumas medidas simples e baratas.
Existem no mercado vários analgésicos para aplicação local, entre os quais pastilhas para chupar, colutórios para gargarejar ou sprays, mas poucos têm eficácia comprovada. E, mesmo nos que têm, a eficácia é reduzida. A optar por algum, prefira rebuçados ou pastilhas à base de benzidamina ou fluriprofeno: dissolvem-se lentamente e as substâncias ativas libertadas atingem as mucosas irritadas da garganta.
Mas porque temos dores de Garganta?
A dor de Graganta ou faringite corresponde a uma inflamação da faringe, garganta, habitualmente provocada pela infeção de vírus, faringite viral, ou bactérias, faringite bacteriana.
Em condições normais, a faringe está protegida de infeções através de um conjunto de mecanismos de defesa, de entre os quais se destacam:
- Secreções (= muco) ricas em substâncias antimicrobianas, produzidas pelas glândulas existentes na faringe;
- Presença de gânglios linfáticos (como por exemplo, as amígdalas palatinas), que são responsáveis por identificar e destruir os microrganismos invasores.
A faringite surge habitualmente quando há uma falha nestes mecanismos de defesa. Algumas circunstâncias que facilitam o aparecimento de faringite são:
- Tabaco
- Diabetes mal controlada
- Frio, secura ambiental e alterações bruscas de temperatura (dificultam a produção de muco)
A faringite viral pode ser provocada por uma enorme variedade de vírus:
- Rinovírus, Adenovírus, Influenza, Parainflenza, entre outros...
Pode fazer parte de uma infeção generalizada das vias aéreas superiores, como a constipação ou a gripe, ou pode ser apenas uma infeção localizada. A faringite viral é o tipo de faringite mais frequente.
A faringite bacteriana é habitualmente provocada por um tipo particular de bactéria - estreptococos (Streptococcus pyogenes) – sendo menos frequente que a faringite viral.
Existem ainda casos, mais raros, de faringite fúngica (provocada por fungos). No entanto, esta condição surge geralmente em situações de imunossupressão, ou seja, em pessoas cujo sistema imunitário está seriamente debilitado, como, por exemplo, nas pessoas portadoras de vírus da imunodeficiência humana (VIH).
Quando a infeção da faringe adecta também as amígdalas palatinas diz-se que estamos perante uma amigdalite ou faringoamigdalite, também vulgarmente conhecida por "anginas".
Como se transmite?
A faringite infeciosa, isto é, provocada por infeção, transmite-se habitualmente de pessoa para pessoa, através do contacto com as secreções respiratórias e faríngeas da pessoa infetada.
Quais os sintomas e sinais?
Os sintomas e sinais são relativamente semelhantes, quer se trate de uma faringite viral ou de uma faringite bacteriana. Os mais frequentes são:
- Dor de garganta
- Garganta vermelha e tumefacta (= inchada), inflamada
- Dificuldade em engolir
- Existência de pontos ou placas esbranquiçadas (normalmente mais frequente na faringite bacteriana)
- Presença de gânglios linfáticos do pescoço (geralmente por baixo e por trás da mandíbula) aumentados e dolorosos à palpação
- Febre, que é normalmente mais alta na faringite bacteriana (pode chegar aos 39º C) e mais baixa na faringite viral (atinge normalmente os 38º C)
- Mal-estar geral
O quadro começa normalmente de forma súbita e tende a regredir espontaneamente passados 7 ou 10 dias.
Como se faz o diagnóstico?
Habitualmente, a faringite diagnostica-se com base na história das queixas do doente, não sendo geralmente necessário mais nenhum exame complementar de diagnóstico.
No caso de dúvida de faringite bacteriana, o médico pode fazer uma zaragatoa faríngea (colheita com cotonete das secreções/pus da faringe) e enviar para o laboratório, para confirmação do diagnóstico.
Como se trata?
Faringite viral - Não existe nenhum medicamento que cure a faringite viral. Uma vez que se trata de uma infeção por vírus, os antibióticos não se utilizam porque não são eficazes na sua eliminação, matam apenas bactérias. A faringite viral é uma infeção benigna que cura espontaneamente, sem tratamento, em poucos dias.
Neste caso, o tratamento tem por objetivo principal aliviar os sintomas e evitar possíveis complicações.
Deste modo, aconselha-se:
- Dieta ligeira e ingestão de líquidos, não muito quentes, nem muito frios
- Evitar fatores irritantes
- Tabaco
- Bebidas alcoólicas
- Para aliviar as dores de garganta, tomar anti-inflamatórios ou analgésicos por exemplo, Paracetamol
- Para baixar a febre, tomar antipiréticos, por exemplo, Paracetamol
Faringite bacteriana - Ao contrário da faringite viral, a faringite bacteriana deve ser tratada com antibiótico, que, se utilizado corretamente elimina eficazmente as bactérias invasoras e cura a infeção.
No caso de começar a tomar antibiótico, é muito importante que cumpra até ao fim e de forma correta a prescrição feita pelo médico. O não cumprimento da terapêutica antibiótica aumenta o risco de aparecimento de bactérias resistentes e, por conseguinte, de infeções mais graves, eventualmente não curáveis.
Para além do antibiótico, são também recomendadas as medidas gerais, sintomáticas, aconselhadas anteriormente para a faringite viral.
+ Informações: https://hmsportugal.wordpress.com/2012/05/08/dores-de-garganta-faringite/#more-5330
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