“É muito comum [os cuidadores] entrarem num estado de depressão e de ansiedade, de dificuldade muitas vezes em tomarem conta até de si próprios”, alerta uma especialista. Existem em Portugal mais de 180 mil pessoas com demência e a perspectiva é que o número duplique nas próximas duas décadas.
Os doentes de Alzheimer exigem um apoio especializado e pleno dos cuidadores porque regra geral, tornam-se totalmente dependentes. Os lares ainda são poucos e a resposta surge, melhor ou pior, da família e apoio domiciliário.
Um doente de Alzheimer “requer uma atenção 24 horas por dia por parte do cuidador, o que também é extremamente desgastante e, portanto, é muito comum entrarem num estado de depressão e de ansiedade, de dificuldade muitas vezes em tomarem conta até de si próprios”, alerta a psicóloga e responsável pela formação da Alzheimer Portugal, Ana Margarida Cavaleiro.
A especialista explica que, na “necessidade de tomar conta da pessoa com demência acabam por descuidar sintomas que eles próprios têm – não só psicológicos, como físicos, de doenças físicas que têm, que não recorrem ao médico porque, por exemplo, não têm com quem deixar a pessoa com demência”.
A degradação mental e física dos doentes pode, assim, deixar marcas nas pessoas que cuidam deles. As dificuldades crescem à medida que a doença avança. Por isso, Ana Margarida Cavaleiro avisa que, quem precisa, não deve hesitar em pedir ajuda.
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