Dia Mundial da Doença de Alzheimer – 21 de Setembro

autor: Enfº Carlos Sequeira

No dia 21 de Setembro pretende-se sublinhar, mundialmente, a problemática da Doença de Alzheimer. 

Trata-se de uma doença que incide essencialmente nas pessoas idosas, com mais de 65 anos, e que numa primeira fase é de difícil diagnóstico, em consequência da sua associação às queixas relacionadas com o envelhecimento e à sintomatologia depressiva.

É uma doença que provoca uma deterioração progressiva do funcionamento cognitivo, suficiente grave para ter repercussões na vida social, profissional, familiar e no comportamento. Neste contexto, surgem alterações da memória,da linguagem, do humor, da personalidade, das atividades básicas e instrumentais da vida diária, da interação social, da autonomia, (…).

Ao afetar as funções cognitivas da pessoa, a Doença de Alzheimer dificulta o acesso aos acontecimentos do quotidiano, o que por si só lhe retira uma parte substancial da vida, associada à diminuição da intencionalidade e do significado das ações, ou seja, impede-o de atribuir «valor» à interação com o seu contexto, diminuindo-lhe de forma progressiva, a capacidade de conhecer os outros; a capacidade de conhecer o mundo; a capacidade de se reconhecer; e, inclusive, de ter acesso a todo o reportório de vida que o caracterizava.

Trata-se de uma enfermidade que tem como modo de ação extinguir a «conexão» que liga a pessoa à vida. A fonte que alimenta o pensamento (memória) vai secando, alterando de forma progressiva a capacidade de comunicação da pessoa. Alguns familiares afirmam: «O meu pai/mãe…, já não é a pessoa que conheci. A doença retirou-lhe tudo. Por vezes, já nem me reconhece…».

Cuidar de uma pessoa portadora de Doença de Alzheimer é difícil, muito difícil. Requer disponibilidade, amor, conhecimentos, solidariedade, paciência, dedicação e, sobretudo, capacidade para cuidar de acordo com as necessidades de cada doente. A pessoa vítima da doença não é culpada pelo seu aparecimento, nem pelas implicações da mesma nos diferentes domínios.

O envolvimento e o suporte às famílias é fundamental para a manutenção do conforto e da dignidade da pessoa com Doença de Alzheimer, visto que os cuidados geram grande desgaste físico e emocional para aqueles que lidam diretamente com o familiar doente.

Todos os esforços, individuais e coletivos que possam ser implementados para minimizar as consequências da doença são da maior importância.

Uma palavra de apreço para todos os enfermeiros que se tem dedicado a cuidar de pessoas com Doença de Alzheimer, a ajudar os cuidadores a lidar melhor com este problema e a investigar para que os portadores da doença e os familiares cuidadores tenham melhores cuidados.

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