Estudo recomenda maior visibilidade da Enfermagem

Estudo recomenda maior visibilidade da Enfermagem nos órgãos de comunicação social

Dissertação de mestrado revela baixa exposição mediática dos enfermeiros. Autor do estudo defende que os enfermeiros devem desenvolver maior competência na divulgação da importância da Enfermagem nos cuidados de saúde

Um estudo de mestrado defendido na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) aponta para a baixa representatividade dos enfermeiros nas notícias de saúde, com estes profissionais a ocuparem o sexto lugar nas fontes de informação – em primeiro lugar surgem os médicos, logo seguidos dos políticos, depois os investigadores, os gestores e administradores – e o discurso a centrar-se muito na crise económica e nos cortes financeiros no setor.

A amostra do estudo, do enfermeiro Rodrigo José Martins Cardoso (foto em anexo), consistiu num total de 1271 artigos em formato escrito e publicados “online”, recolhidos de nove órgãos de comunicação social com sítio na Internet (946 artigos) e da resenha de Imprensa da Ordem dos Enfermeiros (325 notícias). As notícias reportam-se a um período de 30 dias e foram recolhidas, em semanas alternadas, entre outubro e novembro de 2011.

Os enfermeiros foram fonte de informação em 6,6% das notícias de saúde analisadas no estudo, intitulado “Visibilidade da Enfermagem em meios de comunicação social portuguesa de cariz informativo da Internet”.

De acordo com a análise dos temas das notícias sobre Enfermagem, «o conteúdo do discurso é tendencialmente negativo», constata Rodrigo Cardoso, enfermeiro no Serviço de Radioterapia do IPO Coimbra, que verificou existir um maior foco informativo nas questões laborais, nos despedimentos e na crise económica.

Raros foram os artigos que evidenciaram a importância dos cuidados de Enfermagem para a saúde da população, ou que divulgaram os progressos científicos e os resultados da investigação em Enfermagem.

Ainda assim, prossegue o finalista de mestrado da ESEnfC, o discurso dos enfermeiros nos “media”, veiculado maioritariamente por membros da Ordem dos Enfermeiros e dos Sindicatos (pontualmente também por parte das Escolas de Enfermagem), sugere «a transmissão de uma imagem profissional de responsabilidade e compromisso para com os cuidados de saúde e os cidadãos».

Conhecer o valor da profissão
Na opinião de Rodrigo Cardoso, esta baixa visibilidade dos enfermeiros «contribui para o desconhecimento da sociedade sobre o valor da profissão», o que tenderá a repercutir-se no desinvestimento em recursos (financeiros, materiais e humanos) adequados, «impedindo os cidadãos de usufruírem dos cuidados de saúde a que têm direito».

«É necessário repensar a formação e o ensino dos enfermeiros, ao nível das competências de comunicação pública e de relação com os “media”, porque os doentes e cidadãos necessitam de saber que os cuidados de Enfermagem representam ganhos em saúde inegáveis para as populações, diminuem gastos económicos em saúde e contribuem para o desenvolvimento e coesão social», defende o enfermeiro Rodrigo Cardoso.

O autor do estudo sugere que o enfermeiro supervisor clínico, que poderá orientar dezenas de enfermeiros ao longo da carreira, é «o profissional indicado na disseminação estratégica deste tipo de conhecimento».

As notícias que serviram de base a este estudo foram recolhidas de nove órgãos de comunicação social com sítio na Internet: três jornais (Público, Expresso e Destak), uma revista (Visão), três televisões (TVI 24, SIC Notícias e RTP-N) e duas rádios (TSF e Rádio Renascença).

Trata-se dos “media” mais visitados na Internet no semestre anterior à colheita de dados, de acordo com o Netscope, sistema de medição de tráfego na Internet.

O enfermeiro Rodrigo Cardoso, que há dias defendeu a dissertação de mestrado em Enfermagem - Área de Especialização em Supervisão Clínica, obteve a classificação final de 19 valores.
O júri do ato público da defesa da dissertação foi constituído pelos professores Jorge Manuel Amado Apóstolo (presidente), João Manuel Garcia do Nascimento Graveto, Ana Maria Correia Albuquerque Queiroz e Maria Madalena Jesus Cunha Nunes.


fonte: Carlo Bruno Santos
Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
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