... em função das necessidades dos idosos / utentes

fonte: RCM Fharma

A Ordem dos Enfermeiros considera positivo o aumento do número de vagas nos lares, mas contesta que a proporção de enfermeiros naquelas instituições seja calculada em função do número de idosos e não das necessidades específicas de cada um.

O Governo anunciou que vai aumentar em 10 mil o número de vagas nos lares de idosos, tendo definido um rácio de um enfermeiro por cada 40 utentes.

Em declarações à Lusa, o presidente da Secção Regional Sul da Ordem dos Enfermeiros, Alexandre Tomás, considera a medida positiva, desde que esse aumento de vagas garanta o conforto e a segurança necessárias.

No entanto, considera que é fundamental assegurar a diferenciação, o que não está contemplado no decreto-lei que regula o funcionamento dos lares.

“Dentro destes espaços deve ser requalificada a intervenção dos profissionais: deve estar relacionada com o perfil dos idosos. Esta quarta-feira não têm as mesmas características de há 20 anos, são mais, são mais idosos e têm características próprias do envelhecimento, que exigem intervenção diferenciada, cuidados de enfermagem”, afirmou.

A alimentação, a hidratação e a promoção da mobilidade são alguns dos cuidados de enfermagem que têm de ter em conta especificidades dos idosos, como a hipertensão, a diabetes ou as doenças musculoesqueléticas.

“Estas características exigem intervenção de um enfermeiro que acompanhe o processo de envelhecimento com diferenciação”, afirmou, acrescentando que “há uma carência significativa de cuidados de enfermagem dento do lar”.

Alexandre Tomás contesta também o facto de o diploma legal que regula os lares não designar, nem exigir o número de horas de enfermagem, tal como acontece nos hospitais.

“Devia exigir que se utilizassem instrumentos de classificação do indivíduo, para classificar o nível de dependência ou limitação e identificar os cuidados de enfermagem a prestar”, considerou.

Isto evitaria que esta população recorresse às urgências por não haver capacidade de resposta dentro do lar e permitiria uma resposta mais ajustada e diferenciada àquele idoso, no lar.

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