É capaz de planear a sua dependência?


Já planeou a sua reforma e o tempo em que irá parar de trabalhar? Já pensou no que vai fazer quando se tornar idoso? E quando as pernas começarem a falhar, as dificuldades de visão e audição forem mesmo um problema?

Não existe nenhuma alternativa para não morrer, apenas o envelhecimento. É um facto que, cada vez mais, temos uma grande parte da população a envelhecer ativamente, muito independente e com uma autonomia completa. Não precisam dos filhos nem da família para nada. Como se fossem jovens. E nessa definição de liberdade e independência, muitos idosos de hoje são jovens!

Mas, um dia… A idade avançada – 70, 80, 95 anos – irá chegar e, com ela, alguma doença incapacitante, assim como a dependência. É inevitável. Já pensou? Digo mais, já planeou a sua dependência? Não se espante com estas palavras!

Dependência significa aquilo que você já sabe: não ser capaz de levar a vida sozinho, precisar de outras pessoas para lhe dar auxilio: no banho, na roupa, no vestir e despir, na alimentação e preparação de refeições, na companhia e satisfação de outras necessidades. Provavelmente terá algumas doenças e condições que o impeçam de fazer tudo isso sozinho.

Percebo que os pontos cruciais nessa questão são: quem serão as pessoas que me auxiliarão? Poderei escolher quem será o meu cuidador ou a minha cuidadora? Essa pessoa ou essas pessoas respeitarão as minhas vontades e os meus desejos? Estarei consciente e preparado para aceitar apoio? Saberei a hora de aceitar a minha dependência e deixar que as pessoas me ajudem? Com sabedoria e humildade, saberei pedir que me auxiliem?

Podemos planear a nossa dependência? Sim, desde que sejamos capazes de responder a estas questões:

Eu quero saber a verdade se tiver uma doença grave, incapacitante e que trará risco de morte? Quero ser eu, junto com meu médico, a definir os tratamentos aos quais me submeterei, em caso de doença grave e incapacitante (Alzheimer, Cancro, Parkinson, AVC,).

Eu quero que os médicos/família tentem de todas as formas possíveis manter-me vivo, mesmo em condições de saúde extremamente precárias, com manobras de reanimação cardíaca e mantendo-me em Unidades de Saúde?

Quem escolheria para cuidar de mim?

Quem será responsável pelos meus interesses patrimoniais e financeiros? Com quem poderei contar para receber a minha pensão ou aposentadoria e pagar minhas contas?

Se eu não for mais capaz de gerir bens e pessoas, devido a doenças que possam afetar a minha memória e juízo, quem gostaria que fosse o meu representante legal?

Onde escolherei morar, quando ficar dependente e incapaz: na minha própria casa, na casa de algum filho ou numa instituição de longa permanência/saúde?

Quem, de maneira nenhuma, eu não gostaria que cuidasse de mim, não tomasse conta de meus interesses financeiros e nem decidisse por mim?

Este tipo de planeamento podem ser consideradas as Diretivas Pessoais de Dependência.

Já parou para pensar em todas estas questões? Nós garantimos que todas as suas vontades serão garantidas.

www.enfermeirospt.com

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